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Colorida e cheia de ancestralidade essa é a moda da Meninos Rei

A Meninos Rei nasceu na Bahia com os irmãos Júnior e Céu Rocha e em dezembro do ano passado completou sete anos de mercado. A marca foi um dos destaques da São Paulo Fashion Week pelo Projeto Sankofa nas edições 51 online, e na volta do evento ao formato presencial com o desfile (52) que mostrou brasilidade, inclusão e muito axé na passarela. 

Em um bate -papo descontraído, os idealizadores da marca compartilharam um pouco das referências, os planos para 2022, o papel da moda na atualidade e representatividade feita através da Meninos Rei . Confira!

Divulgação Meninos Rei 

Quais as principais referências para compor as coleções da marca? 

MR: Construímos nosso DNA nas estampas, de cores vibrantes, então tudo que envolve essa estética nos inspira, o maximalismo nos projeta a aplicar técnicas e composições de diversas padronagens, a cultura africana ainda continua sendo nossa maior fonte de inspiração, a raça negra, seus ícones, seus heróis, seu povo é fonte inesgotável tamanha sua riqueza.

A representatividade foi um ponto forte do desfile da SPFW N52. Vocês acreditam que a moda brasileira está começando a desconstruir os padrões?

MR:  Acreditamos que está acontecendo um momento de transição entre o que deve e o que não deve mais ser enaltecido no mundo da moda. A desconstrução do belo está sendo discutida de forma lúcida entre muitos criadores, deixando claro que os padrões funcionam como uma ditadura que adoeciam e ainda adoecem pessoas.

Então colaborar com dor e sofrimento não é o caminho para quem quer ver transformação e igualdade entre os corpos de forma igualitária. Queremos dar o direito à escolha de você exercer sua liberdade da forma que você quiser.

Divulgação Meninos Rei 

A ancestralidade faz parte do DNA da marca, como mesclar fé e moda de maneira estilosa e moderna nas peças? 

MR: Falar de fé é falar da nossa verdade. Somos candomblecistas, acreditamos  em Deus e nas forças da natureza, em orixás. Traduzir isso para nossa moda é aproximar aqueles que não tem conhecimento da nossa herança ancestral através do que apresentamos.

Reapresentar para as pessoas um tecido que carrega tantas simbologias como carrega o tecido africano, através de modelagens modernas,  despertamos o interesse dos demais e assim começa existir esse elo de reconexão entre passado, presente e futuro.

Dali, desenvolvemos trocas de diálogos, vivências e histórias do nosso povo. Curiosidades naturais surgem sobre a construção, desenvolvimento, processo criativo e histórias do próprio tecido africano. 

Divulgação Meninos Rei 

Vocês possuem algum estilista inspirador?

MR: Nosso país possui muitos talentos, e certamente todos que antes chegaram abriram caminhos e nos inspiraram de alguma forma. Goya Lopes desenvolve um trabalho belíssimo, suas estampas conversam muito com o que hoje entendemos de valorização da nossa raça.

Na opinião de vocês, qual o papel da moda na sociedade atual?

MR: A moda tem o papel de fazer você refletir, pensar, mudar, promover transformações, provocar, incomodar as bolhas. Deixar e causar reflexões.

Quais os planos da Meninos Rei para 2022?

MR: Crescer, crescer muito. Expandir parcerias, fomentar projetos sociais. Ter nossa loja física, ter nosso produto inserido no mercado internacional. Estamos aí para o mundo.

Fotos: Divulgação Meninos Rei

Sobre o Julianna Terra

Carioca ariana nascida em 1991, editora de moda, mercadóloga, redatora e especialista em comunicação de moda, fashion weeks e tendências. Amante da sétima arte, música, e papelaria.

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