Alguns cuidados básicos podem garantir o sucesso de um projeto de decoração
Se fosse um endereço, a sala seria a Avenida Paulista, tamanha a importância dela dentro de uma casa. É o centro social onde a família convive, recebe amigos ou simplesmente aquele lugar onde a gente se joga no sofá pra não fazer nada diante da TV.

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Com tantas utilidades, a sala exige atenção especial na decoração. A arquiteta e urbanista Rafaela Costa, gestora de projetos da Criare Campinas, recomenda cuidados redobrados com a tendência de integração dos ambientes, a escolha dos móveis, revestimentos e estilo.
“Os espaços precisam ‘conversar entre si’ para que haja harmonia e um ambiente não destoe do outro. Por isso, planejamento é a palavra chave para garantir um design eficaz”, diz Rafaela.
Se a intenção é ter uma casa atemporal, cujos revestimentos e móveis se mantenham atualizados com o passar dos anos, tome cuidado com os modismos e peças muito marcantes, que podem deixar seu projeto datado. “Os projetos têm buscado cada vez mais por itens atemporais. Por isso a escolha das madeiras, das cores da marcenaria, pisos e revestimentos deve ser feita com cuidado. O que está em alta hoje, pode estar em desudo daqui a 10 anos”, explica Rafaela.
A dica é escolher itens que não saem de moda, como a madeira e os marmorizados. “Nesse caso, é preciso atentar para as cores e texturas que serão utilizadas. As marcas têm lançado produtos com cores variadas e elas estão em alta agora, mas quando a gente tem modelos mais coloridos, tem que tomar cuidado para não enjoar. O ideal é escolher peças mais neutras, eleger um ponto de destaque no ambiente e usar cores e texturas em acessórios e objetos menores, que podem ser trocados com o tempo ou aproveitados em outros cômodos”, orienta Rafaela.
Tamanho não é tudo
Um erro comum é se encantar com aquele sofá super lindo e confortável e não se atentar ao tamanho. Na hora de escolher os móveis, Rafaela sugere atenção à proporção deles em relação ao tamanho da sala, para não comprar comprometer o design e a circulação.
“Comprar por impulso, sem pensar no ambiente como parte de toda a casa também pode comprometer o projeto. Antes de investir em um móvel, é preciso ter todas as medidas e montar o espaço. Um sofá muito grande, por exemplo, pode reduzir o espaço para uma mesa de centro ou mesas laterais”, comenta.

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Bonito e funcional
Outro erro comum que Rafaela costuma ver em projetos é escolher móveis ou objetos apenas pelo design ou por estar na moda sem considerar o uso que a pessoa vai ter no dia a dia. “A escolha tem que levar em conta a funcionalidade também. Dá para alinhar um belo design à funcionalidade. A peça tem que fazer sentido para os moradores”, explica.
Uma cortina blackout também pode ser usada para deixar o ambiente mais escuro para assistir televisão. “A ergonomia é outro fator que deve ser levado em consideração: a altura da tela em relação à posição do sofá deve ser adequada para que não fique nem muito alta, nem muito baixa. E esse cálculo é variável porque considera altura do sofá, tamanho da tela e a distância da tela para o sofá. É preciso atenção. A luz também define os ambientes em conceito aberto, destaca obras de arte e cria o aconchego quando necessário”, reforça.

Pontos elétricos
Os eletroeletrônicos estão em todos os lugares da casa. O projeto elétrico precisa levar isso em conta. “Enquanto se planeja a sala já é preciso prever as posições dos equipamentos, criar vários pontos elétricos nas posições estratégicas e prever que a tecnologia vai aumentar ainda mais. Sempre convém ter tomadas a mais. Na decoração industrial, com a tubulação elétrica à mostra, ainda há alguma flexibilidade para atualizar tomadas ou até mudá-las de lugar com o passar do tempo, mas quando os fios estão dentro da parede, o planejamento prévio que leve em conta os planos futuros da família para aquele ambiente vai economizar em reformas futuras”
Mood board
Mesmo pensando em tantos detalhes, há quem tenha dificuldade de visualizar o ambiente. A arquiteta recomenda a confecção do chamado mood board, um quadro que tem amostras das cores, materiais, texturas e revestimentos que se pretende usar no espaço. “Esse quadro ajuda a avaliar se os materiais vão combinar de uma forma harmoniosa e ajudam a pessoa a visualizar a composição do cômodo”, afirma Rafaela.

Acessórios fazem a diferença
espaços com acessórios como tapetes, almofadas, plantas e objetos decorativos. “Quando a base do projeto estiver pronta, é hora de escolher quadros, objetos decorativos e outros acessórios. Eles são o complemento de um projeto e podem trazer o toque que cor e aconchego para dar mais vida a um espaço”, completa a arquiteta.
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Foto capa: divulgação