Beleza & Saúde Cabelos

Transição capilar: O resgate da identidade e da beleza natural

Nos últimos tempos, cada vez mais mulheres optam por passar pela transição capilar, que nada mais é do que resgatar a textura original dos fios. O desejo de abandonar as químicas transformadoras como alisamento, relaxamento e a famosa progressiva, para assumir a beleza natural do cabelo, cresce a cada dia. 

É um processo em que a pessoa deixa de usar métodos artificiais para alisar o cabelo e aceita a forma natural, seja o cacheado, ondulado ou crespo.

Mas a transição, muitas vezes, gera insegurança e inúmeros questionamentos: qual a melhor forma de fazer ou que profissional procurar? E os produtos a utilizar? Quanto tempo demora e será que vou conseguir passar por esse processo?

Dra. Luciana Passoni, médica tricologista (Foto: Divulgação)

Para a Dra. Luciana Passoni, médica tricologista o ideal, realmente, é deixar os cabelos crescerem, sem nenhuma interferência, por um período mínimo de 4 meses.

“O importante é a pessoa ter autonomia e fazer aquilo que se sinta bem. Ela deve se aceitar primeiro, sem precisar responder aos padrões de beleza impostos pela sociedade. Não basta a vontade de resgatar o cabelo natural para passar pela transição capilar. É preciso ter plena consciência de que será uma longa fase que, em alguns casos, pode levar anos.” (Luciana Passoni)

Acredita-se que essa tendência de retomar os fios naturais pode ser resultado de um desejo de resgate do passado da pessoa, simbolizado, nesse caso, pela volta do cabelo original. Mas a médica dá mais um conselho, principalmente para as mulheres, sempre tão cobradas na questão da aparência: ninguém deve optar pela transição (ou alisamento) apenas para acompanhar uma tendência!

Fonte: Pixels

Transição capilar: O resgate da identidade – Saúde e empoderamento

Em algumas situações (nunca generalizando), ao optar pela transição podemos considerar um ato de empoderamento. Isso quando esse desejo parte da mulher e reflete a vontade de se reencontrar. 

É não viver atrelada a padrões estéticos ou submeter-se às imposições. É a sensação de pertencimento de si, de desenvolver autoconhecimento, autoestima, além, claro, de trazer muitos benefícios à saúde da fibra capilar.

Ao iniciar a transição capilar é importante que a paciente procure profissionais de sua confiança para acompanhá-la nesse longo processo. Um dermatologista capilar sempre orientará os produtos certos a serem usados para cada tipo de cabelo, evitando assim futuros problemas, como queda e perda da força dos fios.

Foto: Pixels

De acordo com a especialista é muito importante a elaboração, junto com o paciente, de um cronograma capilar. “Isso consiste em reconstruir, nutrir e hidratar os fios de acordo com tipo de cabelo específico.

Também é muito importante cuidar da alimentação, se necessário fazer uma dieta suplementar e estar com o organismo sempre hidratado (muita água!). Além disso, é preciso ressaltar que o couro cabeludo deve ser cuidado e tratado durante todo o processo da transição.”

O acompanhamento de um cabelereiro especialista em cachos/crespos. Isso possibilitará a identificação melhor dos tipos de cabelos, que são divididos em categorias conforme o grau de curvatura: ondulados, cacheados e  variações de crespos. 


Esse profissional orientará a frequência certa para a pessoa voltar ao salão e fazer tratamentos (cronograma capilar) que ajudem a deixar os fios saudáveis durante a adaptação.

Transição capilar: A liberdade de escolha de Mariana Menezes

Por quanto tempo usou químicas para alisar os cabelos e o que te levou a isso, na ocasião?

Mariana Menezes: Fui refém da progressiva e do relaxamento por 10 anos. Comecei quando eu tinha 11 anos. Lembro que não gostava do meu cabelo, nunca usava ele solto porque ele “armava”. Na escola todas as minhas amigas tinham cabelo liso, natural ou alisado, e eu não queria ser diferente. Há 15 anos não era comum ver mulheres cacheadas nas ruas para se inspirar, né?

Qual a maior dificuldade na sua transição capilar?

Mariana Menezes: A fase mais difícil, sem dúvida, é quando a raiz começa a aparecer, porque a textura é muito diferente do restante do cabelo, então você fica com um volume enorme no topo da cabeça e o restante “escorrido” (risos). Meu cabelo cresce muito rápido, então ao mesmo tempo em que foi difícil, passou depressa. Com um ano e meio eu já consegui cortar quase toda a parte lisa.

Foto: Reprodução | Acervo pessoal

Qual sua maior preocupação quando optou pelo processo?

Mariana Menezes: No início meu maior medo era não conseguir aguentar até o final. Mas aos poucos fui adquirindo técnicas para amenizar a diferença de texturas, com hidratações caseiras, e continuei fazendo escova e chapinha até o momento de cortar.

Que conselho pode dar para quem ainda está em dúvida, pensando se inicia ou não a transição?

Mariana: Acredito que não há nada melhor do que você se olhar no espelho e se sentir bem, sem precisar seguir um padrão estético. É libertador não precisar ser refém de escova, chapinha, alisamentos ou qualquer outro procedimento.

Sente-se mais poderosa agora com seus cachos de volta?

Muito! O legal do cabelo cacheado é que ele muda muito conforme a finalização, então todo dia você pode ter uma textura diferente. Mudar faz com que a gente se sinta mais poderosa, né? Então é como se eu mudasse todo dia um pouquinho.

Sobre o Julianna Terra

Carioca ariana nascida em 1991, editora de moda, mercadóloga, redatora e especialista em comunicação de moda, fashion weeks e tendências. Amante da sétima arte, música, e papelaria.

(13) Comentários

  1. Minda Silva diz:

    Meu cabelo é ondulado, mas nunca gostei dele, queria ter nascido de cabelo liso, as novelas, filmes e propagandas sempre me influenciaram, mostravam só cabelos lisos maravilhosos, e o meu era todo errado rsrs, então era escova e chapinha sempre para me sentir melhor, ..
    Até que um belo dia ele começou a cair, cair muito devido ao stress e depressão, desde então parei com escova e chapinha (agora só uso para festas ou eventos, quando uso), então do dia pra noite fui obrigada a conviver com ele natural, o medo de ficar sem cabelo algum me fez descobrir que amo ele ondulado, a mudança não foi uma escolha e sim uma necessidade, que depois de tudo passado me fez sentir mais eu mesmo! Realmente assumirmos quem somos causa um empoderamento indescritível!

    1. Julli diz:

      Minda, muito obrigada por compartilhar seu relato comigo. A transição é um momento especial ao meu ver apesar de todos os desafios que temos durante o processo. Amei seu relato, um grande beijos!

  2. Muito bom o seu post falando sobre o assunto, a transição capilar gera dúvidas, é sempre bom tirar as dúvidas, muito boas as informações da Dra. Luciana Passoni, concordo com ela que é melhor deixar os cabelos crescerem sem nenhuma interferência, gostei bastante do post, bjs.

    1. Julli diz:

      Dicas super ricas né Lu? Queria muito compartilhar com vocês. Que bom que gostou. Beijos

  3. Foi a melhor coisa que eu fiz. É maravilhoso estar bem consigo mesma

  4. Iza (Mundo Viajante) diz:

    A mulher ser feliz por quem ela é, com o cabelo que ela quiser e sem a imposição do padrão liso. Adorei esse post, tenho certeza que irá incentivar cada vez mais meninas a fazerem a transição capilar.

  5. Oi Julli, tudo bem?
    Você sabe que eu vi alguém comentando sobre essa questão da mudança outro dia. Pois como a médica nos alertou, às vezes, a pessoa pensa que está se livrando de uma pressão da sociedade, mas está caindo em outra. Então, a pessoa tem que ser feliz com o que ela quer, se é por ela, se o motivo é por ela, então vale a pena, mas seguindo as orientações. Adorei o post, com ótimas informações.
    beijinhos.
    cila.

  6. Olá Julli,
    Muito bom esse post para quem está pensando na transição capilar e ainda está com dúvidas. Eu amei o resultado da Mariana Menezes, pois acho muito mais bonito o cabelo natural.
    Bjs!

  7. Oi, tudo bem? É verdade, tenho visto cada vez mais mulheres decidindo pelo cabelo natural. Acredito que a beleza da vida está justamente em cada pessoa saber o que combina mais com sua personalidade. Afinal é importante nos sentirmos bem concorda? Tenho progressiva no meu cabelo mas não penso em fazer transição capilar, amo ele liso. Além de ser muito mais fácil para cuidar. Um abraço, Érika =^.^=

  8. Lenny Iwatani diz:

    Artigo muito bom. Eu fiz um post falando exatamente sobre a transição do cabelo, que vai demorar pelo menos três a quatro meses para começar a ver uma mudança real.

  9. Cultura Pocket diz:

    Oi Julli,
    Meu cabelo é cacheado e amo, mesmo tendo um pouco de trabalho para cuidar e fazer hidratação. E além disso, é difcil encontrar um produto que não danifique o meu, mas acho muito importante essa transição (se a pessoa quiser e se sentir bem claro), pois nada melhor que se orgulhar de quem é. Amei o post é realmente importante falar sobre. Abraços

  10. Olá, tudo bem?

    Iniciei minha transição capilar há mais de 2 anos e só agora consegui me libertar por completo dos cabelos que estavam com química. Ainda não aprendi a finalizar meu cabelo, então cada vez é um processo, que infelizmente nunca sai como o esperado haha Os primeiros meses da transição são os piores, porque você fica com a parte de cima do cabelo bem diferente. Durante o processo escutei muitas pessoas mandando eu alisar novamente, e até hoje escuto tais comentários, infelizmente. Mas foi a melhor decisão que poderia ter tomado. Estou muito feliz com meu cabelo cacheado/crespo, e é isso que importa.

    Beijos!

  11. Olá, você tem um cabelo lindo demais, nem acredito em todo o processo de uma transição capilar, mas o que importa é que se sinta a vontade com o seu cabelo e seja feliz seja ele encaracolado ou liso.
    Seja você mesmo
    beijos

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